@MASTERSTHESIS{ 2016:259350594, title = {POR UMA ARQUEGENEALOGIA DE MILUNKA SAVIĆ: Mulher-homem sérvia na Primeira Guerra Mundial}, year = {2016}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/599", abstract = "O tema no qual se assenta esta dissertação é a participação excepcional da mulher sérvia Milunka Savić na Primeira Guerra Mundial. Olhamos para esse sujeito duplo, mulher-homem, sob a ótica da Análise do Discurso dita foucaultiana, investigando a função do discurso midiático, religioso e político, entre outros, na constituição dos efeitos de verdades e de subjetividades de Milunka, que, conforme as condições sócio-históricas distintas, ora a deixa no esquecimento, ora a resgata e transforma em heroína. Partimos do princípio de que a linguagem, tanto verbal quanto imagética, sendo o lugar de materialização do discurso e imersa nas relações de poder normalizador, produz e/ou reproduz os efeitos sujeito. Para examinarmos a movência dos efeitos de verdade em volta de Milunka, selecionamos quatro materialidades que consituem o nosso corpus: (i) o livro Mulheres de Tessalônica falam, de autoria sérvia, que traz vozes de nove mulheres as que participaram das guerras nesse país, entre 1912 e 1918. Ecoando a realidade da Sérvia no início do século XX, ainda fortemente patriarcal, os enunciados desse livro reatualizam verdades sobre o corpo feminino cuja utilidade está voltada ao bem-estar da familia e dos homens, produzindo o efeito mulher submissa e obediente, (ii) uma iconografia de Milunka Savić, composta de imagens que circulam nos jornais nacionais online na atualidade, cujos elementos subjetivizam Milunka ora como uma mulher e mãe, ora como um/a guerreiro/a (iii) dois pronunciamentos, um, do presidente e do patriarca sérvios, produzidos em 2013, na cerimônia ritualizada do segundo sepultamento de Milunka, quando os seus restos póstumos foram transportados para a Ala dos grandes de um cemitério em Belgrado, a capital. Um olhar arquegenealógico tanto para a materialidade dos pronunciamentos, quanto para as condições de sua produção – o ritual e o lugar do enterro e os sujeitos que falam, revelam o processo de heroinização de Milunka, agora uma grande mulher e, finalmente, (iv) a capa do livro sérvio Mulher guerreira: Milunka Savić, de 2014, cujo verso revela, entre outros, o enunciado Joana d’Arc sérvia, apontando, interdiscursivamente, para o ponto de encontro de duas heroínas, porque mulheres guerreiras. Conclui-se que, mesmo que seja constatável a articulação dos enunciados atuais sobre Milunka com o campo de memória sobre a mulher inferior, hoje sendo reconhecida como heroína, ela ocupa a posição sujeito igualmente importante como os homens ilustres.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }