@MASTERSTHESIS{ 2017:1574722458, title = {Resistência, luto e luta no acontecimento político das greves do magistério no Paraná}, year = {2017}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/593", abstract = "A história da educação paranaense é marcada por inúmeros movimentos grevistas de professores, que necessitam suspender as atividades para ir às ruas em busca da garantia de direitos. Até aí, nada de novo. Lutar por direitos, ir para a rua inscreve-se no eixo da formulação como uma normalidade. No entanto, essa linearidade e a normalidade decorrente dela se rompem, permitindo que outras memórias e discursos se atravessem e instaurem o equívoco. Isso aconteceu em dois movimentos grevistas dos professores estaduais paranaenses, um no ano de 1988 e o outro no ano de 2015. Os discursos que circularam durante esses movimentos são o objeto de estudo dessa dissertação. Eles se destacaram de outros já ocorridos no Estado pela maneira como os professores/manifestantes foram tratados, pois a força policial os reprimiu com balas de borracha, gás lacrimogêneo, jatos de água, cavalos e cães. Os efeitos de sentido dessa repressão foram discursivizados como cenas de uma batalha com várias pessoas feridas, e o grande efeito disso tudo é a falência de um Estado de direito e do respeito, que pode ser resumido como o efeito do caos, da desolação, da tristeza. Propomos, diante dos efeitos já destacados, uma análise discursiva de materialidades discursivas recortadas das greves de 1988 e 2015. Recortamos três acontecimentos ocorridos em tempos diferentes, mas imbricados, quais sejam: a greve de 1988, a greve de 2015 e o pós-greve de 2015. Nossa pesquisa se sustenta nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso de linha francesa e, filiados a essa teoria, objetivamos mostrar como a partir das materialidades recortadas, o discurso da greve é ressignificado e como, pelo trabalho da memória discursiva, os efeitos de sentido que ressoam são de luto, de morte e de covardia em relação às professoras, principalmente. Com isso, buscamos responder a duas questões: 1) Como a greve de 1988 é ressignificada e que memórias retornam nela/por ela, sustentando e/ou legitimando a luta e o luto? 2) Que memórias e discursos sustentam a visibilidade dada ao luto, à morte e à covardia no movimento grevista dos professores paranaenses em 2015? Para responder a essas questões, começamos mobilizando da teoria discursiva as noções de história, memória e política. Nosso objeto de estudo demandou que revisitássemos a história do sindicalismo e a história do magistério que vai ao encontro da história das mulheres. Afinal, por muito tempo, o magistério foi uma profissão essencialmente feminina. Posteriormente, iniciamos com análises que se desenvolvem a partir de um movimento pendular entre a teoria e o objeto da análise, e do objeto à teoria. Buscamos instaurar um efeito de continuidade e, por isso, iniciamos as análises com textos-imagem da greve de 1988; em seguida, destacamos materialidades em torno da greve de 2015 e, finalmente, confrontamos os dois acontecimentos, com vistas a destacar o que se repete e o que rompe com domínios de memória que funcionam nesses eventos. Logo depois, damos visibilidade aos discursos que circularam nas manifestações após o conflito do dia 29 de abril de 2015, que permitem verificar como os professores reagiram/interpretaram a repressão sofrida. A análise dos textos-imagem se deu pela noção de enunciado-imagem, que permitiu analisar o funcionamento da memória no texto não verbal. Portanto, o discurso da greve funcionou e produziu efeitos de sentido pela memória e se revestiu de características do discurso da violência, do abuso de poder, da covardia, do luto e da morte simbólica da educação.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Ciências Humanas, Letras e Artes} }