@MASTERSTHESIS{ 2015:1274298308, title = {CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO MULHER NA ORDEM DO DISCURSO JURÍDICO: entre violência e manutenção da legítima defesa pela honra}, year = {2015}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/66", abstract = "O objetivo deste estudo é analisar o funcionamento discursivo de um processo judicial constituído a partir de um crime passional ocorrido no início dos anos de 1960 e derivado de um triângulo amoroso formado por: (i) Lis, mulher, 29 anos, viúva; (ii) Caio, ex-namorado de Lis, ciumento, possessivo e (iii) Tício, namorado de Lis, assassinado por Caio. Mais precisamente, esta pesquisa atenta para as redes de memória tramadas entorno do enunciado ABSOLVIDO, além de dizer que o réu é inocente, atualiza séries enunciativas que legitimam a violência em nome da "legítima defesa da honra" e atribui a culpa à mulher, esta que desrespeita preceitos religiosos e padrões éticos e morais da sociedade local. Para descrever, analisar e interpretar a produção discursiva desse sujeito mulher, recorremos à Análise do Discurso, orientando-nos pelos conceitos de memória, sujeito e enunciado, tais como foram formulados por Michel Foucault e incorporados nesse campo do saber. Partimos do princípio de que as práticas discursivas se ligam inevitavelmente a uma memória, para mostrar que, ao longo do processo judicial de homicídio qualificado por motivo fútil, atualizam-se discursos efetivamente já-ditos sobre as mulheres. Buscamos as articulações entre esses ditos e a historicidade que os constitui, no encalço de efeitos de sentido que, ao (re)atualizarem tais ditos, (re)citam discursos sobre o que é ser mulher, hoje e ontem. São efeitos apreendidos na atualidade de um acontecimento e na memória. O crime em questão permite discussões acerca do discurso jurídico concebido como uma forma de gestão da linguagem que produz e faz circular enunciados considerados verdadeiros. Dentre os discursos tomados como verdades, as análises apontam para implícitos e pré-construídos entrelaçados no interdiscurso que identificam a mulher como um ser para o homem, este que, ainda hoje, é visto como aquele dotado de razão, força e poder; que ainda utiliza a violência em nome da legítima defesa da honra, como meio de justificar seus crimes e culpar a mulher - a costela masculina.", publisher = {UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }