@MASTERSTHESIS{ 2013:1940471189, title = {Clarice Lispector: entre palavras e pincéis}, year = {2013}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/47", abstract = "Água viva (1973), de Clarice Lispector, ultrapassa as fronteiras literárias e expande sua pluralidade de sentidos, à luz dos estudos comparados, tendo como eixo dialógico dezesseis quadros produzidos pela autora na mesma época em que concebeu o livro. No limiar das entrelinhas, ora escancarada, ora de forma sutil, dimensões semelhantes aproximam elementos literários e picturais. Inquietam a narradora as questões filosóficas e existenciais que constituem o "fio condutor" de toda a narrativa, onde o problema centra-se na linguagem, ou seja, na impossibilidade das palavras darem conta de expressar o "instante-já"; o lógico e ilógico dos pensamentos fragmentados na unidade do que está atrás do pensamento. Para suprir o desejo desenfreado da necessidade em se expressar, a narradora encontra nas tintas e pincéis um estilo singular, registrando os mais profundos sentimentos. É nesse contexto que se relacionam dezesseis quadros de Clarice Lispector, algumas vezes de forma explícita, outras de forma implícita. O que se propõe, neste estudo, é justamente detectar e refletir sobre esse dialogismo polissêmico intrínseco entre as obras (romance? e quadros). Fundamentou-se num amplo aporte teórico, especialmente nos estudos comparados, na concepção de obra aberta de Umberto Eco e em estudiosos como: Gaston Bachelard, Antonio Candido, Wassily Kandinsky, Julio Lerner, Benjamin Moser, Evandro Nascimento, Benedito Nunes, Jaqueline, Lichtenstein, Mario Praz, Olga de Sá, Carlos Mendes de Sousa, bem como em cartas e documentos pessoais de Clarice Lispector. Sabe-se que, dentre o acervo clariceano, Água viva não tem sido objeto de estudo constante, menos ainda seus quadros, talvez porque estes ainda estejam condicionados aos direitos autorais da família e foram poucas vezes expostos ao público; além dessa lacuna que merece atenção, ao analisar o acervo de Clarice Lispector guardado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, novos desafios se apresentam: os datiloscritos que antecederam Água viva, revisados de próprio punho pela autora, endossaram ainda mais a pesquisa, pois revelam pistas importantes e que permitem afirmar a aproximação dialógica entre quadros e livros, justificando, dessa forma, a realização desta dissertação. Os aspectos metodológicos compreendem uma pesquisa básica e aplicada, realizada no período entre agosto de 2010 e junho de 2013, a partir do método de abordagem dedutivo e o método de procedimento comparativo; com base nos objetivos, classifica-se como explicativa e possui como procedimentos técnicos o estudo bibliográfico, documental e estudo de caso; a natureza dos dados é qualitativa; os instrumentos e técnicas utilizados foram a observação sistemática do acervo, com descrição posterior dos elementos encontrados. Inicialmente, explicitam-se acepções teóricas sobre os estudos comparados, apresenta-se Clarice Lispector e a fortuna crítica de Água viva. Em seguida, busca-se percorrer às possibilidades de análise e interpretação de Água viva, para, posteriormente deter-se na efetivação da proposta de trabalho, ou seja, no diálogo de cada um dos dezesseis quadros com a obra literária. As considerações finais apontam que os quadros analisados estão, de algum modo, ligados à produção literária, sem generalizar e permanecer apenas no campo das coincidências temáticas, mas também na dimensão das metáforas e das imagens inusitadas, na quebra de relação de causa e efeito e nas ambiguidades advindas do fluxo de consciência que relacionam o sujeito à realidade exterior.", publisher = {UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }