@MASTERSTHESIS{ 2023:1690685280, title = {PROCESSOS EDUCATIVOS DAS MULHERES QUILOMBOLAS DE CANDÓI, PARANÁ}, year = {2023}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/2049", abstract = "A presente pesquisa tem como campo de estudos as Comunidades Remanescentes Quilombolas de Candói – PR (CRQ): CRQ do Despraiado, CRQ da Vila São Tomé e CRQ do Cavernoso. Essas comunidades são invisibilizadas no município, como em todo o Estado. Essa prática se baseia no pseudo-esquecimento de negros e negras, através das políticas de braqueamento racial adotado em todo o país (BATISTELLA, 2012). O objetivo concentra-se nas mulheres quilombolas dessas três comunidades, analisamos a matricentralidade como valor comunitário e identitário do ser mulher quilombola, enquanto atrator de aprendizagens familiares e comunitárias, o benzimento e cuidado pelas ervas, religiosidade, conhecimento ancestral, o cuidado com a família e o vínculo com a associação. Esses acontecimentos são encarnados em práticas comunitárias que organizam os processos educativos do ser mulher quilombola em Candói. A aprendizagem está descrita sob a perspectiva metodológica das Constelações de Aprendizagem, que vem sendo discutida nas pesquisas do autor. Silva (2018). Para análise de dados foi utilizada a etnografia e seus instrumentos e recursos, entrevistas, observações e anotações no campo, questionários, análise documental, fotos e vídeos realizados entre 2018 a 2022. Na matricentralidade, o feminino é o centro das formas de resistência. Neste conceito, as mulheres estão no centro da cultura, pois são elas que cuidam e zelam da comunidade. A Constelação de Aprendizagem construída neste trabalho, aponta elementos perceptíveis nas mulheres quilombolas de Candói: religiosidade, conhecimento ancestral. Elas têm papel fundamental na manutenção da identidade quilombola das CRQ’s. Cinco mulheres foram protagonistas dentro desta pesquisa, na CRQ do Despraiado, foi possível conhecer a história de Dona Cida e Dona Ita, ambas são guardiãs do conhecimento ancestral em sua comunidade. Através de seus relatos foi possível conhecer as origens da comunidade e do município. Na CRQ da Vila São Tomé, tivemos contato com Dona Neiva uma senhora que cultiva as tradições religiosas africanas, com práticas de benzimentos, chás, garrafadas. Realiza seus atendimentos há mais de 30 anos, de forma gratuita, para quem é de dentro e fora da comunidade, demonstra a perspectiva da generosidade matricentral, ou seja, o cuidado comunitário. E na CRQ do Cavernoso, conhecemos Dona Marica e Ivanira demonstrando conhecimento ancestral; sofrimento e cuidado comunitário. A ancestralidade é firmemente enraízada na CRQ, uma vez que todos descendem de seu Sebastião, ex-líder da comunidade e com bisavós escravizados, cheio de histórias para contar, que foram passadas por seus avós e pais. Ambas as mulheres exercem o cuidado com o ancião acamado, além de auxiliarem nas demandas da comunidade e na chefia da associação. As mulheres quilombolas se preocupam com sua comunidade e seguem os valores maternos para nutrir a vida natural, social e cultural, com respeito. Conclui-se que as mulheres quilombolas de Candói são figuras centrais dentro da comunidade, por meio de suas práticas do cuidado e do conhecimento, lutam contra dinâmicas de dominação. Elas assumem sua história e a de seus antepassados, que apesar de silenciados socialmente, fazem parte da herança histórica cultural do Brasil.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado - Irati)}, note = {Unicentro::Departamento de Ciências Humanas, Letras e Artes} }