@MASTERSTHESIS{ 2022:362552067, title = {A ESCUTA PSICANALÍTICA COMO UM CUIDADO PALIATIVO}, year = {2022}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/1917", abstract = "A morte é um imperativo para todo ser humano, mas a forma como os sujeitos vivenciam o adoecimento e a morte vai além da experiência individual da finitude. Morrer com conforto e dignidade, ainda que com uma doença incurável, como o câncer, faz parte do propósito dos cuidados paliativos. Cuidado este, que busca aliviar o sofrimento e dar apoio à pessoa adoecida e a sua família, considerando sua subjetividade, sua história, espiritualidade, família e laços sociais. Esta pesquisa qualitativa buscou compreender como sujeitos adoecidos com câncer grave, sem possibilidades curativas, vivenciam o seu adoecimento e quais as suas necessidades, no âmbito dos cuidados paliativos. Foram entrevistadas duas mulheres com câncer metastático, fora de possibilidades curativas, mas em condições clínica, emocional e cognitiva satisfatórias, escolhidas por conveniência para esta pesquisa. Margarida foi ouvida durante cinco encontros em sua casa e Rosa apenas uma vez, no hospital. A psicanálise permeou todo o processo de escuta e por tratar-se de um setting produzido, pretendeu mostrar a verdade contextual dos sujeitos, perpassados pelo inconsciente e produzido pelo pesquisador a partir daquilo que escuta. A análise das entrevistas se deu a partir das contribuições de Freud (1985-1938) e Lacan (1936-1965), os quais inauguram um saber sobre as determinações do adoecimento somático na vida psíquica e frente à possibilidade de adoecer por de conflitos internos. A partir dos fragmentos das entrevistas, as falas foram articuladas à teoria psicanalítica, a partir do conceito de Real de Lacan e do fenômeno psicossomático. Na discussão foi realizada a reflexão do lugar do câncer na vida das mulheres entrevistadas e suas dificuldades em elaborar sobre o próprio sofrimento. Não foram encontrados índices de que os cuidados paliativos tenham sido realizados nos moldes da teoria e da especialidade, de maneira que o conforto e cuidado foi propiciado apenas pelos familiares, e não pelas equipes de saúde. Conclui-se que a escuta psicanalítica se constitui como uma forma de cuidado paliativo importante, uma vez as entrevistas realizadas demonstraram a importância de as participantes falarem sobre suas questões subjetivas na relação com o próprio adoecer. Consideramos que um trabalho de escuta qualificada seria de suma relevância nos serviços de saúde que realizam os cuidados de pessoas gravemente adoecidas e em cuidados paliativos, possibilitando a elaboração psíquica e o alívio do sofrimento, além da possibilidade de atendimento familiar e de realizar o trabalho em equipe multiprofissional.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário (Mestrado Interdisciplinar)}, note = {Unicentro::Departamento de Saúde de Irati} }