@MASTERSTHESIS{ 2020:1258636883, title = {HISTÓRIA/MEMÓRIA NO MUSEU VISCONDE DE GUARAPUAVA: VISIBILIDADES E APAGAMENTOS DA ESCRAVIDÃO NEGRA}, year = {2020}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/1446", abstract = "Nosso objeto discursivo é o Museu Visconde de Guarapuava, recortando a escravidão negra. Filiamo-nos à Análise de Discurso e, a partir desse campo teórico, assumimos que a língua na história possibilita a interpretação que nunca é fechada e homogênea. Discorremos sobre a Análise de Discurso como disciplina de entremeio, na qual o sujeito está condenado a interpretar. Concebemos a história pela historicidade que ela engrena como discursividade. Na fronteira entre o domínio do discursivo da história e da memória constituímos corpus e construímos arquivo a partir das ruínas da senzala, tomadas do próprio museu, de placas, de documentos e de sequências discursivas advindas do discurso da história, centrando-nos nos historiadores e pesquisadores guarapuavanos. O discurso da história instaura uma narratividade sobre a escravidão negra e a relação discurso, sujeito e história e, por meio da língua sempre incompleta realiza uma leitura discursiva, buscando responder a seguinte questão de pesquisa: Como o museu se estrutura e dá visibilidade ou apaga a escravidão negra e sua relação com o Visconde de Guarapuava? O objetivo geral da dissertação, com vistas a responder a essa questão, foi verificar o que a história não diz, buscando entender os „não ditos‟ e identificar os silenciamentos desse discurso para saber como esse espaço memorial se estrutura e o que nele é visibilizado, ou apagado a partir de sujeitos envolvidos em sua historicidade. Demanda do objetivo geral e da perspectiva teórica em que nos inscrevemos tomar o museu como uma discursividade, que funciona como corpo-memória e corpo-documento. A dissertação se divide em três capítulos que recobrem o nosso objeto e dão visibilidade às condições de produção desse discurso, bem como aos sujeitos que fazem parte da colonização e da escravidão negra como um dos mecanismos de urbanização da cidade de Guarapuava. O discurso da história enfoca dois sujeitos: Antonio de Sá Camargo – o Visconde de Guarapuava – e Belmiro Sebastião de Miranda – o escravo-abolicionista. A escrita da dissertação mostrou que ambos, segundo os historiadores, defenderam a liberdade dos escravos, mas se inscreviam em formações discursivas distintas, de modo que a escravidão significa diferentemente. No que tange o museu, é aceitável marcar como uma possível conclusão, que apesar desse espaço significar como lugar de memória, os sujeitos ocupam lugares distintos e, discursivamente, é pelo acervo e silenciamentos, não ditos e as memórias subterrâneas ressoam, constituindo equívocos e deslocamentos. Além disso, com frequência, o discurso da história encaminha para a idealização dos sujeitos, mas as ruínas da senzala, o acervo do museu e a leitura para além da literalidade sinalizam para deslocamentos, rupturas, contradições. A pesquisa discursiva pressupõe o movimento pendular (PETRI, 2013) e demanda desse movimento idas e vindas do corpus para a teoria e a mobilização de conceitos teóricos, nesta dissertação, o sujeito e a ideologia e as condições de produção ajudam a produzir à teia discursiva, pelas quais ecoam o passado, o presente e o futuro, evidenciando desta forma as memórias dos escravos negros e dos escravagistas que ainda ressoam e fazem sentido no museu e na cidade de Guarapuava.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }