@MASTERSTHESIS{ 2018:1130112544, title = {DISCURSO, PODER E VIRILIDADE DO SUJEITO-MULHER CAROLINA MARIA DE JESUS EM QUARTO DE DESPEJO}, year = {2018}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/1057", abstract = "A produção discursiva da virilidade de Carolina Maria de Jesus, na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960), pensada nas tramas do poder-saber, é o enfoque central desta pesquisa que se desenvolve à luz da Análise do Discurso de linha francesa, mais precisamente a partir dos aportes de Michel Foucault incorporados nesse campo do saber. Assim, ancorada em conceitos fundamentais e fundantes da arquegenealogia foucaultiana – como enunciado, discurso, língua, sujeito e história – constitui-se um arcabouço teórico que possibilita descrever e interpretar enunciados que, ao tempo em que produzem a virilidade da protagonista, apontam para os exercícios de poder e de resistência a partir da prática de escrita da autora entendida como uma arma de luta contra as submissões das mulheres ao jugo do poder político, patriarcal e racista. Sobressaem-se nas análises os processos de subjetivação de uma mulher negra, pobre, favelada, catadora de papeis, mãe solteira de três filhos de pais diferentes, com pouquíssima escolaridade que, por fim e paradoxalmente, torna-se uma importante escritora no cenário da literatura brasileira. Tal reinvenção de suas condições sóciohistóricas de existência se deram a partir da leitura dos livros e revistas que encontrava no lixo e pelo fato de ela, destemidamente, ter exposto com sua escrita, em seu diário, detalhes das condições de vida das pessoas que viviam nas margens da sociedade; ela fez denúncias do descaso das autoridades em relação às condições de uma vida cidadã, eternizando suas dificuldades diárias em busca de sobrevivência e de saciar a fome do estômago e da cultura; ela derrubou barreiras que separavam “o quarto de despejo da sala de estar”, revelando o poder que leitura, literatura e escrita têm enquanto elemento de transformação nos processos de subjetivação. Porque foi uma mulher viril, ou seja, um sujeito ávido pelo saber e pela resistência, cujas (contra)condutas respondiam à urgência de sobrevivência em um contexto cultural, social e político desumano, ela conseguiu sair do quarto de despejo.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }