@MASTERSTHESIS{ 2017:75710834, title = {A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM (RE)VISTA: UMA ANÁLISE DISCURSIVA}, year = {2017}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/804", abstract = "A violência institucional ou obstétrica é uma parte do todo complexo da violência de todas as ordens às quais as mulheres têm sido submetidas ao longo dos anos. Objeto de discussão tanto no meio acadêmico como nos demais segmentos da sociedade, constitui um terreno fértil para que irrompam inúmeros discursos acerca dessa prática por muito tempo silenciada na/pela nossa formação social, haja vista a condição de subalternidade e de submissão às quais esse sujeito foi relegado por tanto tempo. Assim, esta pesquisa, pautada nos princípios teóricos da Análise de Discurso de orientação francesa (AD), teve por objetivos analisar como a violência obstétrica foi discursivizada no discurso jornalístico, que efeitos de sentido esses discursos postos em circulação produzem e que memórias neles ressoam. A AD é uma teoria da interpretação desenvolvida na França, por Michel Pêcheux e estudada, no Brasil, por Eni Orlandi e por outros pesquisadores que a ela se filiam, visando compreender como um objeto simbólico produz sentidos, considerando as relações que se estabelecem entre a língua, o sujeito e a história. Do arquivo constituído, recortamos duas reportagens de duas revistas que circulam em território nacional: a primeira delas, intitulada “Parto com respeito”, circulou na Revista Época (Ed. nº 895, de 03/08/15) e a segunda, cujo título é “Uma em cada quatro mulheres sofre violência no parto”, circulou na Revista CartaCapital, na sua versão online e cuja última atualização foi em 06/06/15. No nosso gesto analítico, as reportagens, que constituem o lugar onde os discursos sobre violência obstétrica se materializam, foram compreendidas como textos que entrelaçam diferentes materialidades significantes, conforme Lagazzi (2009), e que dizem respeito ao modo como os sentidos são produzidos. De acordo com a teoria na qual nos inscrevemos, os discursos verbais e não-verbais funcionam de modo análogo, já que, assim como todo dito é o resultado de um já-dito antes, em outras circunstâncias de enunciação, também a imagem constitui um já-visto em outro lugar e que significa pelo funcionamento da memória discursiva. As análises empreendidas atestam como a violência obstétrica é uma questão complexa que entrecruza, em um primeiro momento, discursos inscritos no domínio do religioso e da ciência (medicina e biologia), duas forças ideológicas capazes de controlar até mesmo os modos de nascer do sujeito, determinando sua forma. A partir dessa determinação, o feminismo ou o discurso feminista, como um movimento social, se contraidentifica com aquilo que lhe é dado a pensar pela religião e pela medicina, apoiando-se no discurso da justiça, que faz circular sentidos de que toda mulher deve ter tratamento digno no momento do nascimento dos filhos e ao qual se alinha o discurso do Estado, que diz promover políticas públicas para assegurá-lo. Contudo, apesar desses discursos, não são raros os casos em que o sujeito-feminino tem seus direitos negados e é vitimizado no momento do parto, momento que para muitos deles, é considerado um dos mais importantes de suas vidas.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado)}, note = {Unicentro::Departamento de Letras} }