@MASTERSTHESIS{ 2015:1157216359, title = {O BRINCAR NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXPECTATIVAS, (IN)COMPREENSÕES E AUSÊNCIAS}, year = {2015}, url = "http://localhost:8080/Guarapuava-PR/handle/tede/372", abstract = "O brincar como direito da criança e sua importância para o desenvolvimento infantil são compreensões relativamente recentes. Embora do ponto de vista teórico isso já seja reconhecido, na prática das instituições educativas em geral verifica-se a marginalização das experiências que envolvem a ludicidade, principalmente, com o avanço dos anos de escolarização. Nesse sentido, o presente trabalho busca refletir sobre o brincar, em especial no contexto das escolas públicas de ensino fundamental e das turmas de primeiro ano. Partindo do pressuposto da importância do brincar para o desenvolvimento infantil, o intuito foi lançar um olhar crítico sobre as discussões e práticas que envolvem jogos e brincadeiras na escola, uma vez que entendemos que a forma de propô-los e conduzi-los permite o desenvolvimento de diferentes habilidades nas crianças. Frente a essa problemática, o objetivo principal da pesquisa foi analisar como e quando o brincar está presente na vivência escolar das crianças de 5 e 6 anos de idade que frequentam o primeiro ano do ensino fundamental, problematizando as expectativas e in(compreensões) por parte dos professores e das crianças, bem como a ausência do mesmo nas experiências pesquisadas. Para isso, os objetivos específicos buscaram verificar se as práticas dos professores contemplam o brincar; reconhecer se os tempos e espaços da escola foram adequados às necessidades das crianças de cinco e seis anos de idade e, compreender a percepção das crianças no que diz respeito ao brincar nesse espaço. A pesquisa, de natureza qualitativa interpretativa, configura-se como um estudo de caso e teve como suporte teórico os estudos de Piaget (1975; 1971) e Vygotsky (1997; 1994) acerca do brincar, e de pesquisadores da área da educação que se dedicam a estudar o cotidiano escolar, a formação de professores e o brincar como Kishimoto (2011; 2000), Huizinga (2001), Kramer (2006) e Barbosa (2012). A perspectiva teórica que norteia a defesa sobre a importância do brincar no espaço educativo do ensino fundamental é a concepção histórico-cultural do desenvolvimento humano, teoria que conduz a um questionamento reflexivo da forma de pensar as relações entre desenvolvimento e ensino. Foram acompanhadas quatro turmas de primeiro ano em duas instituições públicas do município de Guarapuava/PR, onde foram realizadas observações das práticas com registro em diário de campo, entrevistas com professores e equipe pedagógica e entrevista/conversa com as crianças. O cruzamento dos dados evidenciou as contradições entre o discurso dos profissionais que valoriza o brincar e reconhece sua importância na infância e o que foi observado na prática com as crianças. As atividades observadas não contemplavam o brincar, sendo que quando ele acontecia era para passar o tempo, não contando com materiais suficientes nem espaço adequado. A justificativa tanto de professores, quanto de coordenadores pedagógicos e diretores é de que no primeiro ano já não há espaço nem tempo para o brincar em função das obrigações e exigências de aprendizagem do ensino fundamental, que a seu ver impõe uma rigidez no planejamento e uma sobrecarga de conteúdos ao currículo. Do ponto de vista das crianças ganhou destaque seu fascínio e interesse pelo brincar, mas também se manifestou que o brincar, para acontecer na escola, está atrelado ao `bom comportamento` do grupo. Ou seja, os poucos momentos de brincadeira são condicionados a que as crianças cumpram com as expectativas de disciplina por parte dos professores. Destarte, a investigação evidenciou a positiva expectativa das crianças com relação aos momentos e objetos do brincar em contraponto a sua inexistência nas práticas observadas e a incompreensão por parte dos profissionais de que o brincar pode e deve estar presente no primeiro ano do ensino fundamental. A despeito das maiores exigências com relação às atividades de escrita e leitura em detrimento das situações lúdicas evidenciadas quando as crianças ingressam no ensino fundamental, reafirma-se a necessidade de que as práticas com as crianças de cinco e seis anos assentem-se nos princípios da ludicidade, com ganhos para as aprendizagens e o desenvolvimento infantil nos múltiplos aspectos que os envolvem. Ao brincar, ao compartilhar momentos de brincadeira com os colegas e professores, as crianças aprimoram suas estruturas de pensamento o que as aproximam do conhecimento sistematizado que a escola deve apresentar e problematizar.", publisher = {UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado - Irati)}, note = {Unicentro::Departamento de Ciências Humanas, Letras e Artes} }