@MASTERSTHESIS{ 2023:1941306985, title = {PROGRAMAS DESTINADOS A "HOMENS AUTORES DE VIOLÊNCIA" E LEI MARIA DA PENHA: UMA LEITURA DECOLONIAL}, year = {2023}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/2116", abstract = "A situação da violência de gênero no Brasil revela números alarmantes, sendo que o país estava em quinto lugar no ranking internacional da violência contra as mulheres em 2015. Para o enfrentamento a essa realidade, a Lei Maria da Penha é o mais importante instrumento legislativo brasileiro. Em 2020, foi realizada uma alteração na LMP, acrescentando a possibilidade do comparecimento obrigatório dos homens autores de violência doméstica (HAV) a programas de recuperação e reeducação como medida protetiva de urgência. O trabalho com esse público acontece desde os anos de 1970, chegando ao Brasil entre 1980 e 1990. A literatura sobre essa temática afirma que a participação nesse tipo de iniciativa tem reduzido os índices de reincidência, sendo assim um importante instrumento no enfrentamento à violência doméstica. Dado esse cenário, esta pesquisa objetivou analisar os pressupostos apresentados na LMP e no documento “Diretrizes Gerais dos serviços de Responsabilização e Educação do Agressor”, a partir de uma leitura decolonial, colocando em questão noções de masculinidade e entendimentos da violência, a partir do conceito de colonialidade de gênero. A escolha pelo enquadramento teórico se deu, pois os estudos de gênero do Norte global não atentam para a realidade produzida nas margens e os impactos da colonialidade nas realidades do Sul. As perspectivas decoloniais apontam que, para além do período histórico da colonização, a colonialidade representa os ecos da dominação e hierarquização de saberes, locais e pessoas, refletindo as relações de poder globais constituídas a partir da invasão do continente americano. Frente a isso, buscam valorizar o conhecimento e a resistência produzidos nas Américas. Os resultados desta pesquisa apontam o Estado como herdeiro e reprodutor do projeto colonial, em uma relação ambivalente com as populações que afirma buscar proteger. Demonstram ainda a reprodução da colonialidade de gênero nos dispositivos legais, expressa na cis-heteronormatividade e no binarismo homem/mulher, invisibilizando e desprotegendo quem não se enquadra no perfil de mulher universal, assim como a compreensão da violência a partir de um viés punitivista, por um lado, e educador e responsabilizante, por outro. Os grupos com HAV aparecem como relevantes instrumentos para superação da violência de gênero, necessitando avançar com relação às práticas de avaliação e monitoramento. Por fim, esperamos que análises como esta sejam capazes de auxiliar na produção de contextos menos violentos e mais respeitosos à diversidade, e na construção de políticas mais adequadas para reduzir a violência de gênero em nossa região.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário (Mestrado Interdisciplinar)}, note = {Unicentro::Departamento de Saúde de Irati} }