@MASTERSTHESIS{ 2018:1713609346, title = {O Processo de Aleitamento Materno em Bebês Prematuros e sua Relação com a Medicalização}, year = {2018}, url = "http://tede.unicentro.br:8080/jspui/handle/jspui/1122", abstract = "As políticas públicas para aleitamento materno no Brasil, historicamente, trazem o objetivo da diminuição da morbimortalidade infantil. Os estudos científicos que justificam essas políticas públicas baseiam-se, em sua maioria, nos benefícios orgânicos e biológicos que o leite materno traz para a saúde do bebê. Por vezes esses estudos e as políticas públicas desconsideram questões históricas, culturais e vivências dessas mulheres, as quais são dimensionadas apenas como nutrizes, tendo como justificativa a saúde do bebê, sua qualidade de vida e desenvolvimento. Nesse sentido, o corpo feminino é apreendido sob o ponto de vista orgânico e reprodutivo. O Estado, por sua vez, deseja controlar a sociedade e o desenvolvimento da população por meio do controle dos corpos, porém de forma implícita e justificada pelas pesquisas e inovações científicas. Esse controle atinge também o processo de aleitamento materno, enfatizando que a mulher deve amamentar. Assim, ações são propostas para a promoção do aleitamento materno, voltadas para qualidade de vida do individuo, para que o bebê cresça saudável e torne-se braço trabalhador, para que haja sempre pessoas produtivas para servirem ao Estado A isso Foucault chama de corpo biopolítico, um corpo que é individual, mas por ser interessante para o desenvolvimento da economia e sociedade, torna-se social. A unidade de terapia intensiva neonatal é o local onde o recém-nascido prematuro recebe seus cuidados necessários para seu crescimento e desenvolvimento, através dela é garantida a sobrevida dos bebês com prematuridade e baixo peso. Nesse contexto de equipamentos conectados aos bebês, necessidade de uso de oxigênio e atuações especifica para sobrevida do bebê, o aleitamento materno torna-se mais uma que atribuição para a mulher. O processo de aleitamento materno nesse contexto torna-se ainda mais delicado. Considerando essas questões, o objetivo desse trabalho foi de investigar as práticas em aleitamento materno e sua relação com a medicalização em duplas mães/bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritiva com delineamento qualitativo, que foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa. Foi utilizado o método de triangulação de dados pela combinação entre: a observação participante, entrevista com as mães e entrevista com os profissionais da saúde atuantes na UTIN. As falas foram analisadas com análise de conteúdo, modalidade temática. Os resultados revelaram os seguintes núcleos: “aleitamento e a insegurança materna: a escuta profissional como uma conduta de cuidado”, “aleitamento materno e o contexto da UTIN: necessidades, demandas e relações de poder” e “o aleitamento materno e os atravessamentos do processo da medicalização: práticas medicalizantes ou medicalizadas?”. Notou-se que as práticas em aleitamento materno na UTIN demandam processos medicalizados e medicalizantes, atrelados pela insegurança da mãe, a necessidade que elas apresentam do auxílio profissional nos primeiros manejos para cuidados básicos do bebê e aleitamento materno. No entanto, questiona-se o quanto tais práticas medicalizadas não se tornam ações excessivamente disciplinadoras, permeadas de regras desnecessárias, tirando a espontaneidade e liberdade do ato de amamentar. A medicalização em aleitamento materno é um assunto novo e deve ser considerado em diversos contextos, não apenas em UTIN para que possa ser identificado, entendido e com isso desenvolver-se um novo olhar acerca do auxílio e cuidados dos profissionais da saúde nas práticas em aleitamento materno.", publisher = {Universidade Estadual do Centro-Oeste}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário (Mestrado Interdisciplinar)}, note = {Unicentro::Departamento de Ciências da Saúde} }